O projeto de lei que regulamenta o homeschooling (ensino domiciliar) foi aprovado recentemente na Câmara dos Deputados, em Brasília, e está agora nas mãos do Senado Federal. Para virar lei, ainda é necessária a sanção do presidente Jair Bolsonaro. Na avaliação do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe-AM), caso seja aprovado, o ensino domiciliar trará prejuízos ao desenvolvimento de milhares de crianças e adolescentes do país.
"É uma modalidade de ensino que possui mais pontos negativos que positivos, isso porque contribui para a desvalorização do profissional de educação. Ensinar não é o mesmo que ajudar no dever de casa. Os pais e responsáveis não possuem a formação pedagógica necessária para que a aprendizagem seja efetiva, por meio de metodologias e ferramentas de ensino", destacou a presidente do Sinepe-AM, Laura Andrade.
Além disso, o processo de ensino e aprendizagem no ambiente escolar passa por vários estágios e realiza o acompanhamento do desenvolvimento de habilidades e competências essenciais de acordo com a faixa etária do aluno, para que ele esteja pronto para assimilar novos conteúdos.
Laura ressalta também a importância de experiências e descobertas que apenas o ambiente escolar pode proporcionar ao aluno, por meio de brincadeiras, atividades em grupo e, principalmente, com a convivência que a diversidade de crianças e adolescentes, o que ajuda a desenvolver empatia, autoconhecimento e cooperação.
"A pandemia foi uma demonstração da necessidade dessa interação, durante o período de isolamento social houve um aumento significativo de estresse, ansiedade e depressão, além da piora no desenvolvimento cognitivo em crianças e adolescentes", explicou a presidente do Sinepe-AM.
Outro argumento apontado pela Laura Cristina é que o homeschooling dificultaria a identificação de casos de abusos, maus-tratos e negligências, já que as crianças e adolescentes teriam acesso apenas aos cuidados de pais e familiares.