Capacitar educadores, proporcionar segurança aos pais e aplicar estratégias que garantem a aprendizagem do aluno estão entre os principais desafios dos profissionais que atuam com Educação Inclusiva no Amazonas. Essa é a opinião da pedagoga e especialista em Educação Especial, Denise Teperine.
Durante o Workshop de Educação Inclusiva promovido pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe-AM), na última quinta-feira (15), Denise abordou a inclusão da teoria à prática, citando inclusive cases de alunos especiais, que hoje fazem ensino superior e possuem trabalho publicado no exterior.
"Atuar nesse segmento é desafiador, por isso é essencial que o professor torne a comunicação acessível a esse aluno, identificando como ele capta a informação, quais são os interesses dele, como mantém o foco, e levar isso para a prática", explica a especialista, que já trabalhou com crianças e jovens com autismo, deficiência visual e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
Ela citou algumas estratégias para adaptar o ambiente escolar que inclui desde a instalação de rampa de acesso, abafador de som, vedação de janelas, melhoria da iluminação e até mudança do método de avaliação.
Músicas, Mapas Conceituais e fazer associação de imagens com palavras são algumas das maneiras, citadas pela pedagoga, para que os professores possam tornar acessível o conteúdo aos alunos especiais.
"São pequenas alterações que podem fazer toda a diferença na aprendizagem. Já tive alunos especiais que sabiam o conteúdo e nas provas escritas não conseguiam transmitir isso, mas na oral se saiam bem, então foi necessário adaptar o método de avaliação deles", exemplifica Denise Teperine.
Também participou do Workshop de Educação Inclusiva a professora Renata Ramos, que é especialista em Educação Especial, Inclusiva e Letramento. Ela também é fundadora da Borboleta Azul Mariana, a primeira empresa da região Norte especializada em adaptação de conteúdo e material pedagógico para alunos da Educação Especial e Inclusiva.
Renata possui TDAH e sua filha de 9 anos tem autismo, epilepsia, ataxia global, Doença do Server Calcâneos e TDAH. "Quando ela completou dois anos percebi que havia a necessidade de adaptar o material pedagógico dela", lembra.
Ela destacou que a atuação de uma equipe multidisciplinar no processo de inclusão é fundamental para a evolução individual dos alunos especiais na sala de aula. "Porém não adianta cobrar inclusão na escola se a criança não tem isso em casa", alerta a professora, que frisa que a vivência que o ambiente escolar oferece é tão importante quanto participar das atividades em família.